WAYU

Estava pensando em como seria se eu tivesse no De Repente 30, mas na minha cabeça seria diferente. Em vez de acordar em mim, eu me encontraria pra dar um recado.
Aí pensei, mas que saco me encontrar com 13 anos, não ia ter nada pra me falar, e estabeleci que 23 seria uma idade na qual eu poderia concertar muita coisa se recebesse meus conselhos do futuro.
Fiz até uma lista, ia me mandar começar a tomar vitamina e anti depressivo lá de trás e parar de beber dois anos antes. Com isso eu ia poder concertar muita coisa sem precisar contar sobre o futuro e me apagar das fotos.

Mas aí eu pensei que muito próximo assim não vale também, era melhor eu achar um jeito de me conectar com meus 13 anos, já que essa é a graça do filme.
Ia contar que minhas amigas de então não prestavam, e as que eu ia conhecer no ano seguinte também não, mas que eram muito melhores que as vigentes e que eu ia me divertir muito com elas ainda antes de azedar. E que uma das minhas melhores amigas até hoje ia ser justamente a que eu não ia gostar de cara.
Paciência.
Diria que todo aquele esforço de esperar tocar música velha no rádio ia compensar, porque no futuro ia dar pra ouvir o que eu quisesse a hora que quisesse e de graça. 
Pra eu continuar ouvindo Duran Duran, Roxette, Erasure e U2 em pleno 1997 linda e virginal como eu fazia porque no fim do colegial ia acontecer uma banda chamada Strokes, e partir dela eu ia ouvir músicas feitas simultaneamente à minha existência.

E que eu iria passar meus 20 anos indo em show e fazendo sexo sem dar a mínima pra nada.
Então que era pra eu passar a adolescência me divertindo sem dar a mínima pra crescer, exatamente do jeito que eu fiz.
E que agora eu ia passar meus 30 dando o máximo para algumas poucas coisas que eu aprendi que valiam a pena.

then paris and london for a few days

Eu fiz o vídeo em homenagem à Marina para o casamento, e eu nem conheci ela direito. E se conheci, não lembro. Ela morreu em 2012 depois de ficar muito tempo no hospital.

Sábado, enquanto eu editava, usei minha playlist, a Laura, que nem vinho. É o equivalente. E eu nunca tinha ouvido essa playlist, apesar dela ter as minhas músicas favoritas.
Acho que eu precisava de alguma forma sentir aquele vídeo pelo que ele era, e funcionou super.

Tanto que quando eu vi a retrospectiva do casal na festa, fiquei HORRORIZADA em jesus.

Mas enfim, eu adorei. Ouvi minha vida inteira ali e só me fez bem, o que nem era a minha intenção.

músicas sobre fotos

Take my picture
Wishing I had (a photograph of you)
Picture This
Photographic

bruce springsteen by eric meola


link

"Eric recalls: "The day after Elvis died, we flew out to Utah to shoot for Darkness on the Edge of Town, and after driving all night through towns with names like Beowawe, Winnemucca and Valmy, I remember trying to fall asleep one night in Elko; but it wasn't easy, laying on the hood of the Ford Galaxie we had been driving across the desert, with dogs howling somewhere in the distance."

O que não contam é que o Bruce tinha ingressos pra ver um show que o Elvis faria no Madisson Square Garden dali a um mês e ficou devastado com a morte dele. Super gente como a gente.

I died too

Quem não gosta do final de Lost não tem coração. Vou deletar.
Lost é tipo os Beatles das séries.

Pra mim o que resume o final é o diálogo que o Jack tem com o pai:

- How are you here?
- How are you here?
- I died too
- What about all those people out there?
- They died too. Some before you, some long after


Tô eu em 2010 aqui pra não me deixar mentir. E a copa nem tinha começado ainda.

adventureland



Eu assisti esse filme hoje, e tenho que dizer que foi a tentativa mais bem sucedida de dar uma cara de anos 80 pra um filme do nosso milênio tão nostálgico. E vale a pena tentar, afinal os filmes de festinhas e desencontros amorosos eram tão legais.
Mas filmes que nem aquele "Take me home tonight" exageram muito nas referências culturais e esquecem que os filmes faziam mais do que se passar nos anos 80. Tinha um quê de garotas simples e muito legais e interessantes com problemas domésticos e caras que eram invisíveis nos corredores mas não eram tão inseguros e tinham gosto impecável para música.
E o principal: nada de nada politicamente correto. Bonzinhos podiam acabar sozinhos sem um roteirista para salvá-los.

O Jesse Eisenberg e a Kristen Stewart tem uma cara tão blase que conseguem deixar o Ryan Reynolds sério e respeitável por tabela.  

Dado isso, "Adventureland" começa com "Bastards of Young" e termina com "Unsatisfied", do Replacements. E tem "Don't Change" do INXS nos créditos. Seria meu dream movie só por isso.
E tem essa trilha sonora