Então é o feriado de 9 de julho, que começou sexta à tarde, depois da reunião no trabalho.
Quinta feira foi a linha que eu desenhei entre mim e o inferno astral, para separar bem as coisas.
Já fazia 3 dias que o pessoal do trabalho estava ensaiando uma reunião para sabermos de verdade quando iremos receber, e apesar de termos conseguido o que era o objetivo da reunião, ficou uma sensação muito ruim de não sermos bem vindos no próprio trabalho.
Sexta feira à tarde, me baixou o cansaço de 3 dias em uma só tarde.
Sábado eu estava derrotada.
Quando você não sabe o que vai acontecer, ou como, tudo fica intenso. O White Lies que eu ouvi de tarde trabalhando, o a-ha e a trilogia de clipes, o Journey que eu joguei inteiro pra conseguir ir viajar, o Walking Dead 400 days, o show do Maccabees que está passando na tv agora enquanto eu escrevo, o Click, Alfie, Compramos um zoológico.
Era isso que estava faltando, eu sabia que tinha alguma coisa que eu tinha que saber. Fiquei o feriado inteiro pensando em como me manter desse lado da linha e não voltar pro outro. Mesmo que esse lado da linha seja ruim, o outro lado não é mais bom. Vai haver outra linha lá para a primavera.
Minhas linhas são praticamente trópicos.
Mas voltando, a resposta era essa: a imprevisibilidade deixa as coisas mais intensas, tudo que eu arriscar pode dar muito certo ou muito errado. Tenho que pensar 3 vezes, 5 discos, 3 filmes, 2 episódios, e 4 jogos antes de decidir qualquer coisa.
Então imagine a viagem para alguém assim.
Fomos viajar para a Riviera de São Lourenço, e lá fez sol no domingo todo.
Chegando na praia, eu fui correndo pro mar e entrei de cabeça. Em julho. E conversei sobre seriados japoneses.
Depois fomos para a piscina aquecida, aonde eu comi lula, pastel e carne, brinquei, conversei sobre o jogo do Walking Dead e tomei sol.
Quando escureceu, o pessoal foi para a sauna, e eu fiquei fora refletindo sobre a jacuzzi em que a gente ia entrar em vinte minutos.
Se fosse a hot tub time machine, aquele seria o momento pro qual a gente voltaria no futuro. O momento em que eu entendi aquelas coisas que eu só ia entender quando crescesse.
Viagem de galera aos 30: casais com filho e convidados indo dormir antes do filho.
"O que eu estou fazendo de cueca na Riviera? Ha! Churrasco"
Depois do churrasco, nós jogamos Citadels, 7 Wonders e, tendo ficado em último dos dois, eu azedei.
Aí eu ganhei o Dixit, e a próxima coisa que eu lembro é de acordar num dia muito chuvoso, frio e cinzento, que signifiou jogar jogos a tarde inteira.
Desta vez eu não fui tão mal, e consegui ficar em segundo no Puerto Rico, no Saboteur, em antepenúltimo no 7 wonders. E teve o exreme Citadels.
Eu fui o assassino que matou o ladrão que ia roubar o mercador que juntou dinheiro para destruir o Dragon Gate de quem tinha me roubado na rodada anterior. E no final, eu ganhei.
E mais importante do que ganhar, eu juntei um distrito de cada cor.
Deixo a viagem com essa imagem colorida, pois como o Mário disse antes do jogo acabar e ele dar uma bela virada: "a Laura vai cumprindo os objetivos pessoais dela". No final eu só ganhei porque eu tive a sorte de poder pegar uma moeda e tirar uma carta que valia um.
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