minhas fraquezas

Ouvindo Machu Picchu.

Pensei muito nesse post.
Eu ando não-pensando muito em polvos, pesadelos na hora de dormir então nem pensar.
E quando eu lembro, me vem uma sensação de estar esquecendo que eu tenho tando medo, e me dá muita coragem pra continuar vivendo a vida.
Só que eu sei que basta eu ver um e nada vai ter mudado (story of my life), porque o importante é usar essa coragem justamente pra tentar resolver. Raciocínio esse que tá bem condensado.
Depois de passar a vida inteira aproveitando o "esfriamento" das coisas pra me livrar delas, levei semanas pra perceber que é importante manter as minhas fraquezas perto, e mais alguns dias pra saber que tem que ser também a uma distância saudável.
Esse foi mais ou menos o insight que me pos pra dormir essa semana.


Então ontem eu tava cheia de coragem.
Tem uma foto de um polvo que o gustavo pegou, uma foto amena, ele não tá matando nem roubando.
Ele cortou a foto em cima, e cada vez que eu consigo, vai baixando um pedacinho.
Ontem eu baixei uns 3 ou 4, o que é nível Indiana Jones pra mim, mas não cheguei nem nos tentáculos ainda.
Mas ontem eu fiz uma coisa que jamais nos meus sonhos mais selvagens eu considerei: eu pus a mão na foto.
Eu não consigo explicar como isso valeu a pena a limpeza que ele vai ter fazer nas dedadas que eu dei na tela. E não foi fácil.
Mas eu posso explicar o que acontece: eu fico muito quente, muito rápido e choro muito.
E o que eu tô tentando fazer é convencer meu cérebro de que é só uma imagem, pra começar pelas imagens mesmo, não preciso ir na feira ainda.
Pra conseguir encostar na tela do computador, eu tive que fechar os olhos, sentir que era uma tela, e depois abrir, porque não tava dando pra ir direto.
Quando ele abriu a foto no nível que tava da última vez, eu não fiquei quente nem chorei, e conforme foi descendo veio só um calorzinho. Aí eu tentei encostar.
E é uma coisa muito louca, uma marmanja tremendo e chorando sem conseguir encostar numa porra duma foto, eu ia com a mão e voltava.

Eu não sei se esse é o melhor jeito, e os passos que eu dou são minúsculos, mas eu sentia falta na terapia de uma abordagem mais direta ao polvo em si.
Minha terapeuta não queria que eu falasse muito dele, e sim das coisas e traumas que ele escondia e etc. O que foi muito bom, mesmo, mas essa parte de tentar interagir com a imagem ficou faltando.

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