Porque é a primeira vez que eu choro lendo uma resenha.
E eu nem escutei o disco ainda, mas só as duas primeiras músicas que saíram antes foram melhores que álbuns inteiros desse ano.
o link é esse
Não quero soar filosófico demais. Meus
26 anos, felizmente, não me pedem nenhuma postura ou pensamento profundo
que tenha coesão com minhas ideias ou meus princípios (se deveriam, eu
ainda não percebi). Mas há algo que essa idade realmente me mostra e que
não consigo compreender: o tempo passando mais rápido. Tem algo a ver
com a ansiedade? Tem algo a ver com expectativas? O fato é que realmente
o natal parece chegar mais rápido do que quando eu era criança. Os
aniversários voam e, às vezes, eu esqueço até com que idade estou (tive
que calcular pra lembrar que eram 26, no momento).
2005 foi um grande ano pra mim e não me
parece muito distante – mas veja bem: lá se foram sete anos. Sete anos
do furacão Katrina, por exemplo. Tão devastador quanto o Katrina, eram
as informações que recebia naquele ano. Sendo mais específico sobre
música, estamos aqui pra isso, foi o ano dos álbuns de estreia do Art
Brut, Editors, Wolf Parade, Bravery, Rakes, Babyshambles, Kaiser Chiefs,
LCD Soundsystem, Bloc Party, We Are Scientists e, ufa, Maxïmo Park.
Obviamente, muitos outros (até mais interessantes) surgiram na época com
seu primeiro disquinho. Mas quero exaltar aqui só a certa evidência e
atenção que dava pra esses aí na época. Quantas dessas bandas aí já
acabaram (algumas até já voltaram)? Ou quantas já deveriam ter acabado?
Veloz como um furacão, o Maxïmo Park
surgia como uma surpresa boa. Se você viveu esse ano da maneira como eu
vivi, vai lembrar dos hits como “Apply Some Pressure”, “Graffiti”,
“Limassol”, entre outros (por incrível que pareça), com muito carinho.
E, como algumas das bandas citadas aí em cima – não todas – o Maxïmo
Park não conseguiu manter o mesmo ritmo em seu segundo disco, apesar de
não ser um álbum ruim, e a coisa piorou no seu terceiro lançamento. A
banda parecia não querer se entregar àquela sonoridade específica que
fazia um bem tão grande a eles. As canções que funcionavam como uma
sequência de golpes no nosso cérebro, e golpes velozes e certeiros, por
algum momento deve ter parado de fazer sentido na cabeça de Paul Smith e
seus companheiros. Paul ainda pareceu querer deixar isso mais claro com
o lançamento do seu insosso disco solo.
Não sendo contra a evolução de uma
banda, mas sendo totalmente desconfiado daquelas que parecem negar algo
de seu passado, fui ouvir o quarto disco do Maxïmo Park, The National Health. Sem esperar nada, posso dizer até que fui surpreendido.
”The National Health”, a segunda faixa
do disco, dribla a primeira, que funciona como uma introdução, e já
explode nas caixas de som. Sim, o Maxïmo Park está soando exatamente
como esperamos. Apesar de sua letra politizada, a música empolga e se
apega mesmo pelo apelo emocional. É como ouvir um disco do AC/DC, tendo
exatamente aquilo que esperava. Ouvir um Futureheads, pra soar um
contemporâneo da banda em questão, ou ouvir um Hives. É ouvir o Maxïmo
Park que eu desejava ouvir.
Ótimo: os sintetizadores, a guitarraria e
a urgência também continuam em “Hips And Lips”, “Until The Earth Would
Open” e “Wolf Among Men”, e quando a velocidade se ausenta, como em “The
Undercurrents”, “Reluctant Love” e “Take Me Home”, eu consigo lembrar
dos bons momentos que vivi ouvindo “I Want You to Stay” nos velhos
tempos de sete anos atrás. Mas fica a sensação de que algo não está
certo. E nem são as faixas realmente ruins (falo da xarope “This Is What
Becomes Of The Broken Hearted” e da acústica “Unfamiliar Places”) que
incomodam. É a sensação de que realmente esse tempo todo que são sete
anos se passou.
Eu envelheci demais? Sendo sete anos
mais novo, seria capaz de achar este disco realmente bom? Ou a banda que
não envelheceu tão bem assim a ponto de me convencer que há algo
realmente relevante aí além de uma ou duas faixas?
Não adianta eu ouvir novamente o LP de
estreia da banda, pois ele ainda me soará ótimo, e talvez seja a
nostalgia que desfoque essa linha tênue criada pelo tempo entre a
saudade e a qualidade. Não adianta negar a influência do tempo em nossas
decisões e opções. A escolha da banda foi não dar sequência àquilo que
funcionou em 2005 (ou não conseguir fazer isso) – e a minha escolha foi
aprender a ser mais exigente com aquilo que ouço, ou foi apenas uma
consequência com a qual ainda estou aprendendo a lidar.
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