1963

Então acabamos Gone Home.

Foi difícil, mas seu eu pudesse dar um conselho às gerações futuras, vá em frente pq a descrição não está mentindo, nada nem ninguém vai aparecer pra te pegar, é só você numa casa vazia e enorme toda escura.

Agora aos spoilers.

Eu não sei se o jogo é bom ou ruim, sério. Tô me sentindo o thiago saindo do cinema.
Porque eu, por exemplo, consegui chegar no que seria o fim do jogo antes de completar a investigação da casa e não entendi nada, tive que voltar.
O Leandro também, e desistiu de jogar quando ficou sabendo que o lance todo é que a irmã fugiu de casa com a namorada e achou que não tinha explicação pro sumiço dos pais ou pro fantasma do tio louco.
Já o David jura pra mim que não conseguiu chegar no sotão antes de passar pelo porão, e portanto chegou no fim do jogo junto com o fim da história. Mas que conseguia prever o que tinha acontecido.

É bom um jogo deixar que vc acabe ele pensando que a irmã brincou de espírito com a amiga, e fugiu de casa com ela qdo as duas se apaixonaram no fim de semana em que os pais viajam?

Sendo que o você pode nem ter se ligado que o pai foi abusado pelo tio quando era criança, em 1963, e herdou a casa desse tio em 93, e o contato com as lembranças fizeram ele parar de escrever manuais de equipamento e passar a escrever ficções sobre voltar no tempo e impedir que o Kennedy fosse morto. Tendo sido amplamente rejeitado, ele ficou mal e distante (pq foi uma brilhante ideia ter se mudado pra casa aonde ele foi abusado), e a mulher teve um caso com o tal do Rick.
O Rick tinha namorada e casou, e a mar inventou de ir viajar com o pai numa tentativa de melhorar o relacionamento e de não ir ao casamento do amante.
Aí sim! a filha marcou de fugir de casa nesse fim de semana, todos ignorando solenemente que eu, Katia, estaria voltando pra casa depois de um ano morando fora.
Quer dizer, minha irmã me deixou cartas, né, senão não tinha jogo.

E quanto ao tio, minha irmã descobriu as passagens secretas dele, conversou com ele por oija board, fez macumba, e em nenhum momento o fantasma do tio mencionou o que tinha acontecido, só que ele queria voltar.
Ele tinha uma farmácia nos anos 60, que ele vendeu por muito pouco e viveu recluso e doente nessa casa o resto do tempo. Acho eu.

Se vc for pensar, quem daria um belo jogo mesmo é a irmã, que viveu a mudança de casa, de escola, teve todo o lance com a amiga, e elas investigaram a casa juntas, montaram vários lugares secretos pra elas pela casa toda, viram o fantasma do tio, se apaixonaram, fugiram juntas.

Talvez eu esteja mal acostumada com essa liberdade poética do jogo não acabar só quando ele tem certeza de que vc descobriu de tudo, ele é pouco condicional nesse sentido.
Tem as limitações geográficas, do tipo, você só abre aqui se pegar a chave ali, e só abre ali se chegar aqui e ver o mapa com a porta secreta aonde tem um papel com a senha.
Mas se vc só andar e não ler nada, não tomar conhecimento de nada e só abrir as portas, vc chega no final. Sem entender nada, mas chega. Não precisa saber a história pra acabar o jogo.
Cada um faz o seu jogo.

E o meu foi bem mal jogado haha. Eu ignorei a parte mais interessante da história, e só foquei nas cartas da irmã. entrei no sotão antes do porão e descobri como o jogo acaba antes de descobrir porque, e ainda fui ler na internet o que tinha no cofre, pra só então entender a dimensão da história, voltar pro jogo e acabar ele direito.

Agora eu tô achando ele bom, mas não deveria precisar de tudo isso, eu só não sei quem culpar, eu ou o jogo.

Ah! A melhor parte!
Eu tinha tanto medo de jogar que colocava New Order pra tocar enquanto andava pela casa, e abaixava o som do jogo.
E a música que eu mais ouvia era 1963.

Um comentário:

O Lea disse...

Fora que toda hora que trovejava eu soltava o mouse. :P