no fim do dia do arco íris

Eu não planejei, tive que reparar.
Toda vez que eu saio do trabalho e pego ônibus pra ir pro curso, eu ligo a música e em vez de cantar eu fico batendo o dedo na bolsa e pensando na vida.
Não-cantar é uma coisa que eu só faço quando penso muito forte na vida, e ultimamente tenho feito isso todo dia. Se existe um nirvana, ele está no fim do trânsito.
Resolvi postar hoje porque não fui pro curso, fui pra casa, e fiz a mesma coisa.

Eu sei exatamente aonde a coisa desandou. Eu tava muito certa de que eu não podia voltar pra trás, de que as pessoas vão só pra frente, e o que aconteceu é que eu voltei que nem uma máquina do tempo.
Por um dia, tudo bem, mas foi o suficiente pra me abalar e me encher de medo, e claro, perplexidade.
Foi uma coisa que ultrapassou a emoção e a razão e foi direto pra ficção científica.
Eu não entendi até agora, nunca passei por uma coisa dessas antes.

E agora eu tô tendo dificuldade em saber o que são as coisas que eu faço, tipo como os daltônicos confundindo as cores, o que pode deixar alguém que gosta de arco íris meio chateado.

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