Eu sei qual é a impressão do mundo sobre entusiasmo.
Pega mal.
Às vezes é confundido sem querer com ilusão, mas na maioria das vezes é de propósito mesmo, pra que a martelada de quem não tem entusiasmo seja mais esmagadora. E se for indireto, é aquele olhar de constrangimento. Tipo como os veteranos olham para os bixos.
Eu tô dizendo isso porque depois de toda aquela explicação sobre como lidar com depressão deixa você desconfiado das coisas tristes e das felizes, e no meio do processo pode acabar tirando todas elas, poucas coisas me deixam entusiasmada de verdade, e menos ainda são as coisas novas e desconhecidas.
É que hoje eu fui fazer entrevista pra uma coisa que não é normalmente o que eu faria... mas vamos ver. Fiquei entusiasmada.
Mas hoje e ontem eu não tava bem. E hoje no ônibus, indo, eu tava pensando no que seria um objetivo profissional a curto prazo realista. Seria um trampo que eu não acabasse usando pra me deprimir. E pensando nisso, não é um objetivo a curto prazo. E pensando mais ainda, é também meu objetivo pra relacionamento.
Pq eu já fiz isso, fiz mesmo, de vários jeitos. E eu descobri depois que eu vi Closer pela 3º vez ano passado. Em setembro aliás, um dia antes de ir pra ny. A Julia Roberts era deprimida, e o Clive Owen fala claramente que ela não ia ficar com o cara que ela amava mais, justamente pra poder continuar deprimida.
Eu não sei de vocês, mas é um panorama assustador.
Tirando o último, eu consegui me deprimir em todos os empregos anteriores. (aí o estúdio foi mais rápido e me chutou a bunda.)
Então, às vezes é bom ter um entusiasmo, mesmo que ele venha acompanhado de pensamentos que o desencoragem. Só pelo exercício.
Só porque eu não gosto do personagem da Julia Roberts.
Só pq eu não gosto do filme. (demorou)
Eu já conheci gente que não conseguia tomar uma decisão, uma atitude, por não saber se não queria mesmo, ou se queria mas tinha alguma coisa errada com ela, mas que nem assim sabia que tava deprimida.
Sério, eu já vi gente fazer uma obra de arte da própria depressão, pra não se fazer ver que tem. Cada coisa, arte mesmo.
E isso eu descobri (não no Closer), mas quando conheci alguém que falava abertamente sobre ter e sobre lutar, e querer superar. Uma doença mesmo. Me forçou a ver as coisas diferente. Não posso dizer que foi tarde demais, porque... I ain´t that kind of girl
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